domingo, 30 de dezembro de 2012

Revirado

Abri os olhos, respirei.
Hoje tudo tá estranho, muito.
Tudo revirado, desvirado tudo.
Fora do lugar e tudo bagunçado.
Nada está onde deve ou deveria estar.
Sem som, sem cor.
Sem tom, sem bom.
Sem flor.
Só chão
 e parede, livros, palavras, abajur.
Quando tudo mudou?
A chuva aqui dentro não me deixou ver o vento
Rajada de confusos sentimentos
Foi rápido ou lento?
Sou eu que estou correndo
Ou tudo que correu de mim?
Eu não me lembro onde deixei meu coração.
E pela última vez que o vi,
Era você quem segurava em suas mãos.
O que você fez com ele?
Toda a chuva, o vento.
Ah, tudo bem.
Eu entendi.


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Simples e bonito.

Os dez dedos dançavam, se entrelaçando, acompanhando o ritmo dos quatro pés. Passos lentos, para aproveitar exatamente cada momento. Os sorrisos eram duas lanternas que iluminavam até o mais claro dos lugares, tamanho o brilho da felicidade deles. Qualquer razão, por menor que fosse, era motivo de alegria.  Tudo parecia tão simples e bonito. Até as tarefas mais chatas pareciam divertidas pra quem visse os dois. E tudo era pretexto pra se ver. O relógio deles tinha um tempo próprio e estava quase sempre de mal com eles, brincando de passar rápido quando tinha que demorar, e se arrastando quando deveria correr.  A risada dele completava a dela. A leveza com qual conversavam, o tom da voz, as palavras sempre falando s além do que queriam dizer. Perto dele ela jamais esteve triste, nunca deixou que nada lhe fizesse mal, nem mesmo os acontecimentos da vida. A confiança e felicidade entre os dois era como um céu azul no dia de verão, impossível de não se contemplar. Eram cúmplices, aproveitam suas vontades e desejos, sem medo. Em tão pouco tempo se tornaram tão intensos, tão bonitos de se ver.  Jamais permitiram que seus ouvidos se deixassem levar pelas bocas ao redor que nem sempre diziam a verdade. Não precisavam de nada que viesse de fora, tudo que era necessário encontravam um no outro. E é por isso que era tão bonito. Ela só queria ele, ele só precisava dela.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Não precisa de nome

Eu não sei por onde começar porque não sei exatamente como tudo começou. O que eu sei é de algum jeito, tudo é igual de uma maneira diferente. Quando chega, o frio na barriga é o mesmo como na primeira vez. O sorriso também, aberto, grande e "inescondível", mas a cada dia, causado por diferentes razões.  Os dias vão rolando sem nos apressar, o tempo é nosso e fazemos dele o que bem entendemos. Me sinto feliz o tempo inteiro. É como se eu me descobrisse aos poucos, cada vez indo além, aproveitando ao máximo cada novidade. Não tem nada de sobrenatural, nem fogos de artifício ou música bonita, mas é mesmo como se tivesse. É tudo incrível e simples como um sonho bom. Aquele sonho que você não quer que acabe, que te prende na cama por muito mais que cinco minutos. É como se a felicidade dos dias fosse a mesma, mas a cada dia, por um motivo novo. Em verdade mesmo, a tal da felicidade cresce mais e mais a cada dia, com os abraços, com novos beijos, com conversas, com cada momento que a gente sorri simplesmente por estar perto. É a sensação de tomar sorvete em dia de verão. É uma delícia, um encaixe simples, duas coisas que combinam bem, aquela vontade de sentir o sabor e ao mesmo tempo, o medo dele derreter e acabar. E dizer isso não é fácil pra mim, eu que nunca pensei que uma tarde, um chão e poucas palavras fossem me fazer voar tão alto. Eu não sei exatamente como começou, mas eu sei exatamente como eu quero que continue.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

E então.

Que dias como esses sejam só lembrança no futuro. Que hoje a gente aprenda com os erros de ontem, que não se repitam as mesmas histórias. A vida tem mesmo dessas coisas. A estrada é a mesma para todos. Mas poucos, somente poucos, tem a coragem de enfrentar cada curva com fé e garra. Que dias como hoje não sejam esquecidos, não, que sejam lembrados, até mesmo com amor, porque toda dor, lá na frente, há de ser superada e então, vamos olhar pra trás e sorrir ao lembrarmos das mãos que nos deram, nos abraços que tivemos, dos amigos que estiveram dia e noite, lado a lado, para dar o suporte e a base que precisamos.  Que dias como hoje sirvam de exemplo para sermos mais humanos, mais reais nas decisões, mais firmes nas escolhas, mais amigos dos outros e de nós mesmos. Todo e qualquer esforço vai ser recompensado, toda a dor vai se converter em sorrisos lá na frente. E então, vamos dar novamente as mãos e viver em paz.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Evoé!

A mente da gente engana e faz a gente pensar em coisas que não vão acontecer, coisas que não vão existir. E isso, tortura, dói, machuca e deixa marcas. É justamente quando ponho a cabeça no travesseiro e tento relaxar, que o turbilhão de sentimentos vem. São tantas as preocupações, os medos, as velhas decepções, as futuras tristezas, que eu mesma não sei dizer de onde vem tanta incerteza. O espelho reflete uma imagem que não condiz com a realidade. Por fora, uma pseudo tranquilidade, por dentro, um oceano de perguntas sem resposta. É tanta confusão que eu não sei se prefiro pensar no assunto, ou se gosto mais de não lembrar. A verdade é apenas uma: não posso adiar nem muito menos posso voltar atrás. O caminho agora é uma reta em frente, não há curva, retorno ou atalho. Chegou a hora da verdade, não tenho mais como recuar. Tudo que precisa ser dito, será dito, aqui e agora. Fugir ou negar, esconder ou não tentar não são opções agora. Acabou o tempo. Ao mesmo tempo,como se tudo isso já não ocupasse lugar demais, a minha mente faz questão de guardar momentos que eu preferia esquecer e lembrar de situações que me fizeram mal, rostos que eu viveria bem sem ver de novo, palavras que eu não queria mais ouvir, novidades que nunca fiz questão de saber. Porém, contrariando tudo isso, quando eu paro e reflito sobre como tudo aconteceu, sou atropelada por uma onda de felicidade quase instantânea. Afinal, são muitos motivos para toda essa tensão, medo e confusão, mas sem dúvidas, o número de motivos para eu sorrir, é bem maior. É isso que me acalma. Aproveitar o momento, curtir e me entregar. Falar o que eu tiver pra dizer, calar o que for desnecessário e ser feliz, é só o que importa. Isso acontecendo, todo o resto flui.

sábado, 24 de novembro de 2012

Talvez? Talvez..

É engraçado como quem eu menos espero, é quem mais me surpreende. E justamente nos momentos em que eu menos espero, também. As vezes, eu tô tão imersa numa situação, que até esqueço de olhar em volta. Eu tenho uma mania péssima de querer achar razão pra tudo, querer por começo ou final onde não tem, e não percebo que a felicidade está ali, do lado. Fico presa nos meus pensamentos, buscando explicações vazias para sentimentos que eu nem sei se tenho mesmo. E nessa, deixo de olhar pra frente e enxergar de fato o que me faz bem. Mas sem querer, em cinco segundos, aquele redemoinho de motivos que rondavam a minha cabeça voaram pra longe. E eu não consegui olhar ou entender mais nada. Não era a primeira vez e muito menos será a última, mas o momento, com certeza, foi único. Ali, diante daquela situação, fiquei vidrada, perplexa como há muito tempo eu não ficava. Um sorriso lindo e um par de olhos tão brilhantes interromperam totalmente meus pensamentos. Uma combinação perfeita, senão fosse intrigante. A verdade da vida é que a gente nunca sabe a verdade sobre tudo, ou todo mundo. E é quando a gente tá de bobeira, totalmente desprendido dos problemas que se depara com essas coisas e entende que nem todo mundo deixa claro o que é, ou o que gosta, o tempo inteiro. Eu não sei o que é que eu senti na hora, nem se foi fantasia ou realidade, muito menos se foi sério ou brincadeira. Só o que eu sei é que foi bom. Muito bom. Bom demais. Deu até pra espantar alguns fantasmas da minha cabeça, algumass teorias conspiratórias e esclarecer muita coisa, mas continuo intrigada. Mesmo com toda essa "certeza", ainda tenho tantas perguntas pra fazer. Mas nada será dito hoje, amanhã ou semana que vem. Talvez eu nunca diga.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Saudade é mais ou menos isso

Está aí a tal da saudade.
Uma entre as dez mil coisas
Que eu mais gosto de sentir.
Aquela boa a cosquinha que dá
No canto da boca que se abre
Num sorriso bobo só de lembrar
Mas é que a vida muda e muda a gente
Muda o mundo e muda o que a gente sente.
E sentir saudade faz mal pro coração.
Deixa a gente voando.
Deixa a gente sem pé no chão.
Saudade  tem sabor de sexta-feira
Tem gosto de final de tarde.
Saudade é aperto no peito misturado com vontade
De viver de novo o que já viveu.
Faz a gente perder a noção das coisas
Arranjar qualquer pretexto pra falar
Ela não marca hora pra bater
Chega sem avisar
Pode ser de dia pra brilhar mais que sol
Ou a noite, como concorrente da lua.
Pode ser dormindo pra atrapalhar o sono da gente
E fazer sonhar acordada.
Ou acordada, pra fazer a gente dormir e sonhar.
Toma espaço sem pedir licença .
A saudade diz pra gente tudo que cabeça não quer dizer.


terça-feira, 6 de novembro de 2012

Em círculos

Unhas na madeira martelam um por um, os milésimos de segundo. A tristeza da alma que desce pelos olhos, devido ao excesso de pensamentos. Não foi a primeira, nem a segunda. Do outro lado da fechadura, um mundo de velhas novidades.  Quem sabe num outro dia ou numa outra semana. Quem sabe até numa outra vida. O silêncio, não mais cumpre sua função. Ao invés de calar e acalmar os sentimentos, deixa no ar o tom das palavras, que mesmo não ditas, torturam as almas e corações.  Em que momento a calmaria se desfez? Razões como a palma da mão, novos pontos de vista, e de novo na garganta, um nó amargo. Dois estranhos com um passado remoto em comum. Restos de sonhos espalhados pelo chão. Um quebra cabeça desfeito pelo tempo, peças que não se encaixam mais. Hora de não olhar mais pra trás só desejar lábios que não mintam mais. Um coração remendado é bonito apenas por fora, porque por dentro lateja dia e noite, sem cessar. Passos em círculos todos esses anos. Idas e vindas, voltas que deram sempre no mesmo lugar. E a chuva próxima vai lavar todo o resto da saudade que  ficar. Todo começo é descendente de um fim. As paredes vão guardar as lembranças.



segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O que eu sei sobre felicidade

Felicidade é uma delícia. É achar dia nublado bonito, é não reclamar do café frio, cantarolar músicas de amor sem sentir dor. É ter qualquer texto como pretexto pra falar, querer procurar sem ao menos ter o que dizer.  É bater o dedinho no sofá e não gritar, ouvir música e lembrar de alguém. Felicidade é quando a gente não sabe bem o que sente, mas sabe que se sente bem. Dormir tarde sem motivo e acordar de bom humor.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Fico muito feliz quando meus amigos se interessam por poesia, quando se dão a liberdade de ler e escrever, por conta disso, resolvi postar uns textos de umas pessoas que são muito importantes pra mim, além de serem muito boas no que fazem. As poesias de hoje são de Caio Linhares,  17 anos. LM

Ela

Uma menina no quarto
Percebe que ali não era seu lugar
Seu sonho era diferente
Queria amar , dançar , casar
Um dia encarou a verdade
Nada iria mudar
O tempo passou
As cantigas que agora cantava
Antes ouvia
Estava longe de onde queria
Sua pele traz as lembranças que nunca sonhou
Naquele quarto onde o fim começou
               Caio Linhares

Somnium
E vou voando com a brisa no ar
E vou voando acima do imenso mar
E vou voando de volta pra casa
E voando, volto a sonhar
         Caio Linhares


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Para o Caio

Um casal. Ele confuso, ela feliz. 
Ele diz: porque é bom, por que me ama, porque me ama porque é bom, porque é bom porque me ama, ou porque me ama e é bom?
 Ela responde: Eu gosto porque você me surpreende sempre. E é bom demais ser surpreendida. E como eu amo ser surpreendida, logo, te amo. Fácil e simples.
-
Participação: Caio Borba.
Colunista do Seis que sabem - Jornal Extra

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Eudeimonismo

Deus não permita que eu morra antes de entender algumas coisas da vida. Uma delas é a infelicidade. Não entra na minha cabeça a necessidade que as pessoas tem de serem infelizes. Infelicidade é uma coisa tão triste. Tenho pena de quem não é feliz. Tenho certeza que cada ser humano encontra na vida, pelo menos, um caminho até a felicidade. Seja ele chance, uma oportunidade, um objeto, uma pessoa, um animal - seja lá o que for, sempre há.  É tão fácil ser feliz que as pessoas tem medo disso. Preferem preencher o vazio de suas vidas, com os problemas da vida dos outros. Não acredito que viver (não por amor; isso é outra história) a vida de alguém possa trazer felicidade. Viver a vida de outra pessoa te faz não enxergar sua beleza própria, natural nem os amores que tem pra viver, muito menos perceber os sorrisos que tem para dar e receber.  Citando o mestre, "a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional."  Acho que a maioria das pessoas gosta mesmo de sofrer. Há tanta coisa no mundo que pode te deixar feliz. Não pretendo que este seja um texto de auto-ajuda, é apenas uma reflexão, para explicar a minha conclusão. Você só precisa de um requisito para ser feliz: estar vivo. Com essa condição, você está apto para ser feliz pra sempre. Basta que você esteja disposto a isso.
O ser humano tem uma mania péssima de querer controlar o tempo, quando na verdade, o tempo é quem controla o ser humano. Cada coisa tem o seu momento certo e saber esperar é uma virtude.
Acho que o meu cachorro é que é feliz. Cachorros aprontam, quebram, lambem, comem, e sujam exatamente o que não devem. Sua memória curtinha os favorece, uma vez que mesmo brigando com eles, em cinco minutos, já esqueceram o que fizeram e que foram recriminados também. Percebe-se isso pela maneira como abanam os rabinhos, como se nos dissessem que rancor não está com nada e ser feliz está na moda. A felicidade não está relacionada à idade, sexo, gênero ou cor.  Cada ser humano é o anfitrião da sua própria festa e não deve ficar se preocupando se os outros estão se divertindo.
 É um clichê, mas não deixa de ser verdade, se hoje a sua vida é ventania, o mesmo vento que bagunça, é o vento que traz calmaria.


Felicidade - Marcelo Jeneci

 
eudemonismo ou eudaimonismo (do grego eudaimonia, "felicidade") é uma doutrina segundo a qual a felicidade é o objetivo da vida humana. A felicidade não se opõe à razão mas é a sua finalidade natural. 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Valsa dos sentimentos

Ela se sentiu no Outono em plena primavera.  Aos poucos o peso da cobrança foi se esvaindo à medida que as folhas das árvores tocavam o chão.  Ainda que  a nuvem negra que pairara sobre ela nos últimos meses ainda estivesse por perto, naquele momento ela se sentia bem. Tinha saído de casa apenas para espairecer, ver a rua, as pessoas na rua. Buscava de volta a cor da sua vida. Ultimamente era tudo tão cinza, cinza cor de dor.  Pelo andar atordoado e desajeitado, era como se sua vida andasse sobre dois pés esquerdos. Seus pensamentos eram amargos e pra ela a vida tinha um sabor triste. Mas naquele dia, naquele momento, a vida fez sentido. Saiu de casa sozinha, com apenas as chaves no bolso. Sem maquiagem por fora ou por dentro. Sentia saudade de se sentir bem. Sentia saudade de ser feliz. Batia no peito um coração angustiado, infeliz, magoado e de mal com o mundo. Mundo este que tornou-se duro com ela. Mesmo com tanta gente ao redor, família e amigos, por tempos a solidão foi sua única companhia. Evitava pensar sobre si mesma.  Os erros, os acertos, as mentiras e suas verdades, pessoas, medos e desejos. Foi sempre o que mundo quis que ela fosse. Boa filha, aluna aplicada, inteligente, esperta, dona de uma beleza dupla. Aparentemente, uma vida normal, uma vida perfeita. Mas algo não deixava se sentir completa. Olhando pro céu, sentiu o vento dançar em volta dela, fazendo os cachos bagunçados revelarem uma valsa linda. Sua cabeça estava muito distante dali. O rosto enrubesceu e sorriso começou a se esboçar quando permitiu pela primeira vez pensar sobre a peça que faltava no seu quebra-cabeça. Tentava enganar a si mesma fingindo não saber o que faltava, mas no fundo, sabia muito bem o que era. Havia sido acidentalmente flechada pelo estúpido cupido.  Entretanto, esse não era de fato o problema. Amar nunca é problema. O problema é quem se ama. E ela sabia  que seu amor era deveras problemático. Não no estilo Romeu e Julieta, um amor proibido entre homem e mulher, tampouco um esteriótipo do Ghost, um amor além da vida. Não sabia o que era aquilo, não sabia o que era se sentir daquele jeito. Uma atração diferente, um calor estranho, um desejo desconhecido. Fez questão de guardar para si mesma. Não teve coragem de assumir. Teve medo de viver aquela paixão, receio de se entregar de uma vez. Teve medo do que o mundo ia pensar. E a confusão de pensamentos a desgastou por muito tempo. Não há dor pior que o amor.  Por um segundo, deixou rolar pelos olhos tudo que estava lhe fazendo mal. Deixou o coração falar pela primeira vez. Aos poucos a respiração ofegante deu lugar a uma tranquilidade que ela desconhecia. Uma energia positiva invadiu todo o seu corpo, dando-lhe a sensação de felicidade. Naquele segundo decidiu encarar a vida. Lembrou-se da alegria que aquele amor lhe dera. Quis viver de novo, e de novo e de novo. Ela podia viver aquilo. Era dona do próprio nariz, responsável pelos próprios atos e sentimentos. Então, a chuva levou o pôr do sol e pôs a noite sobre a cabeça da menina. Cada gota que caía lhe inspirava a seguir seus instintos. Aquilo, de fato não era errado, errado era guardar um sentimento tão bonito. Encheu o peito de coragem. Foi em frente. Decidiu escrever por suas próprias mãos o seu destino.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Tancredismo

    Meu corpo anda mais fechado para o mundo do que nunca. Falta vontade de viver, paciência pra responder as perguntas inúteis que a vida insiste em me fazer. Enjoei do mundo e de toda a hipocrisia dele. Das pessoas em volta, da pressão que elas fazem. Enxergo a vida com os meus próprios olhos e me recuso a varrer toda sua sujeira para debaixo do meu tapete. Deixei de acreditar na alegria da vida quando percebi que tenho que ser só mais uma. Você não pode ter pensamentos próprios, você não tem liberdade de expressão, não pode dizer nem ir a onde quiser.  Só gostam de você se você diz o que querem ouvir, se você faz sem resmungar o que mandam, se obedece todas as regres e perde toda a diversão. A maior mentira da sociedade brasileira é dizer, e acreditar, que a ditadura acabou. Mentira, calúnia e todos seus sinônimos. Passamos a respeitar chefes que nem conhecemos, a seguir leis que não concordamos, a engolir em seco a vida sem questionar o porquê. Essa submissão não é pra mim.
 Estar vivo se tornou banalidade, mero requisito pra morrer e efemeridade do tempo dói, e caso a rebeldia seja a saída, vida longa aos anarquistas.
Somos cerca de sete bilhões de pessoas vivendo em solidão, amargurando nossas almas em cativeiros próprios perambulando pelo destino esperando pelo dia certo, aguardando a vez na fila da morte. Eu não quero isso, eu não quero assim. Eu não vou suportar mais um segundo assim.
Quero os lugares desconhecidos, os amores proibidos, os venenos mais fortes. Quero tudo que não pode. Quero saber por que não pode.  O não pelo não me consome, faz doer meus músculos no mais literal sentido. Cansa estar amarrada o tempo inteiro. A liberdade é o meu combustível e eu não sei sobreviver de outra maneira. Preciso me expressar, dizer o que penso, gritar meus sentimentos, mas como fazer isso se a censura me impede? Hoje o nosso Ato Institucional Número Cinco é comandado pela mídia.
Se a condição de existência estiver submetida a uma rede de enganações, de falsas sensações de felicidade, de sonhos irreais, eu não quero mais continuar em frente.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Intriga da oposição

Hoje você é a bossa nova.
E eu a tropicalia
Hoje eu sou o romantismo.
E você o realismo.
Hoje você vive de objetivos
E eu só quero sonhar.
Você sai cedo, antes do Rei Sol.
Eu rolo na cama até cansar de enrolar.
Sua vida é amarga e azeda.
E eu gosto do gosto da minha.
Leve sabor de amor misturado com saudade.
Eu vivo da vontade de viver.
De amor.
De sonhos.
De utopia.
Eu sou do Iluminismo, da Era da Razão.
Te mostro meu surrealismo.
Você me contra-ataca com o seu determinismo enjoativo.
São tantas as diferenças que eu ficaria noites enumerando.
Mas basta apenas uma semelhança para nos unir.
Semelhança essa que ainda não encontramos.
Estamos em épocas diferentes.
Quem sabe ainda não seja a nossa hora.

Obra do pintor frânces  Francis Picabia - uma importante mudança cronológica: a morte do Dadaísmo, que, no início dos anos 1920, abriu caminho para o Surrealismo




sábado, 29 de setembro de 2012

De longe

Como eu fui deixar isso acontecer?
Como foi acontecer sem eu perceber?
Justo eu que sempre estive em paz com a solidão.
Justo eu que sempre neguei o amor e todas as coisas que ele traz.
Não entendo o que é isso.
Um misto de calor com saudade, um frio na barriga com vontade,
desejo e medo, uma loucura muito estranha.
Estranha e diferente de tudo que eu já senti.
Não é paixão, porque paixão arde, é urgente, não se aguenta.
Também não é amor; porque amor leva tempo e dói.
É um desejo de te querer a todo momento,
Mas tenho a calma de esperar o momento certo,
Talvez por precaução ou timidez
Ou só nervoso por ter você por perto.
Não sei as suas caras e nem conheço seus defeitos
Mas para que preciso disso se já me basta o teu sorriso?
De longe suas palavras me soam como uma perfeita sinfonia
Me prendem a você como uma valsa
Com todo ritmo e sintonia

Não te vejo mas te sonho.
Não te encontro mas te espero.
Não sei ao certo o quanto isso é certo,
Mas incerto mesmo é o fim dessa história.

Waking Up - Olin And The Moon

http://letras.mus.br/olin-and-the-moon/waking-up/traducao.html

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Geração Noventa e Pouco

       Ao contrário da adolescência e juventude da maioria dos nossos pais, nós não temos uma geração memorável como a deles. A época da boa música, dos bailes inundados de alegria e diversão. Nascemos numa fase de transição entre o ótimo e o lixo, no auge da tecnologia. Uma era em que  ser famoso não requer esforço, talento e nem merecimento. Basta uma câmera e conexão com a Internet.  Nós, os filhos dos anos noventa, nascemos sem o gene da noção e consciência, os  poucos e felizes são os que, por mutações, ainda o tem. Achamos graça de qualquer besteira, vendemos nosso pensamento por tão pouco, substituímos coisas boas por qualquer coisa,  engolimos a seco o que a mídia nos impõe e achamos normal o estado de alienação em que estamos. E o pior: temos o dom do conformismo. Somos incapazes de fazer algo para mudar isso.
       
         O que mudou da época em que pais amarravam os filhos rebeldes aos pés da cama foi apenas a forma  de se  amarrar e ser amarrado. Hoje não precisamos que eles façam isso com cordas e lençóis. Nós mesmos nos prendemos a elas, com os cabos e fios de nossas tecnologias e nos rendemos ao ridículo. Somos reizinhos e rainhas, que reclamamos de barriga cheia sobre as "injustiças" à que somos submetidos. Por um lado, falamos mal das cotas, temos autopiedade por estamos sendo "prejudicados" mas não pensamos nos que não tem a nossa condição e que serão favorecidos por elas e terão a chance de melhorar de vida. Entretanto, já que há tanta discórdia sobre o assunto, o mínimo que deveríamos fazer, já que pensamos assim, era irmos às ruas reivindicar. Mas dá trabalho e cansa. Melhor deixar pra lá. Reclamamos do atual governo mas votamos exatamente nos mesmos candidatos. Elegemos as mesmas antas por serem apenas o que conhecemos. Não entendemos nada de política, achamos legal rir do horário eleitoral, não exercemos nossa militância e muito menos nos interessamos por isso. Somos reféns da nossa própria ignorância. Preferimos ficar embaixo do nosso teto de vidro, jogando pedra no telhado dos outros.
        
         A modernidade é essencial ao homem, isso não se pode negar. A transição da arte veio com o tempo e qualquer forma de expressão deve ser considerada. Porém, critérios hão de existir. Critérios esses que nossa geração faz questão de ignorar e aplaudimos qualquer porcaria que nos é imposta. A música brasileira de hoje não tem mais o mesmo valor. o Brasil não fabrica mais pintores, escritores e poetas, artistas em geral, como em séculos passados. Ser bom ator hoje, é estar na Globo. Boa música é aquela que gruda no ouvido da nação com um refrão sem sentido e melodia barata. Quadros belos são as fotos "photoshopadas" das revistas da moda.. Nossas festas só são divertidas se forem regadas à alcool e drogas. Nossa mente é tão limitada que pensamos estar nos divertido apenas se estivemos chapados.  A minha geração é omissa com os seus deveres e indisposta  com os seus direitos. É uma geração virtual, produto dos meios de comunicação, submissa das redes sociais, viciada em porcarias. 
É preciso resgatar o espírito dos velhos tempos, a alegria de viver apenas por se estar vivo. Do que adianta toda essa riqueza se não sabemos dividí-la? Se não temos com quem compartilhá-la? O fim do mundo não virá com terremotos nem tsunamis ou chuvas terríveis, o isolamento e esquecimento do mundo real é o pior fim que a humanidade pode ter.


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Descuidos seus

Corra pra janela e vá lá ver
A lua que mandei pelos astros pra você
Boia no céu enorme e  solitária
Como as seis cartas sem resposta
Como os lenços espalhados pelo chão
Como os cacos de amor que sobraram do meu coração
E  mais importante que tudo: como marca em mim que você deixou
Marca hoje que me dá saudade
Se não pensavas em ficar pra sempre
Pra que fincou em mim teu cheiro feito tatuagem?
As lembranças vem com a Lua
a noite pra me perturbar
perguntam pra mim onde você está
E eu que te decorei por inteiro
Deixo as lágrimas dizerem que tudo que tenho seu
é a saudade, a lembrança da imagem e o cheiro



domingo, 16 de setembro de 2012

Pela estrada

Pior que você decepcionar quem está em volta, é você se decepcionar consigo mesmo. Muitas vezes as pessoas esperam muito de você sem saber se você é capaz ou não. Mas quando é interior, é muito pior. Você sabe o quanto você lutou, o quanto você fez por tal coisa, o quanto você se deu e no fim dos contas, você fracassa. O gosto amargo do fracasso, esse que está na minha boca agora e que vai permanecer por ainda muito mais tempo. Dias, semanas, meses, anos, décadas. Você sabe que jamais vai se perdoar. Jamais será a mesma coisa. Quando pensar no assunto, saberá que nunca obteve êxito, seu destino foi o fracasso. Eu não sei definir o misto de sensações que perturba minha cabeça nesse momento, num segundo sinto raiva por ter falhado, noutro, ódio por não ter me dado mais, mas nunca pena. Nunca fui digna de pena e nem nunca serei. Pena é pra quem não tem um braço, uma perna, um pai ou mãe. Aliado à estas emoções, bate no meu peito uma coração ainda, mesmo com tudo, confiante. A batalha não acabou. Só se foi a primeira guerra. A primeira de muitas. Não foi tida como a principal, faltou-me preparo, dedicação e estratégias para vencê-la à tempo. Talvez tenha decido tarde lutar por ela. Mas outras virão. Sei que virão e essas sim, eu vou derrotar. Nunca mais sabor do fracasso. Os sonhos só são feitos de ilusão pra quem se perde na primeira derrota e não quer sentir o gosto da realidade num final vitorioso. Nunca sabemos qual será o final das coisas, mas podemos trilhar o caminho e direcioná-las para onde quisermos. Enquanto meu fim não chega, vou lutar para trilhá-lho para o meu sucesso.

Life is a Highway - Rascal Flatts (Vídeo: Banda cover, by Tom Cochrane)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Um romance para dois

Eu sei que a nossa história já está no meio e que o prólogo não foi como a gente sonhou.  Nossos parágrafos já começam no particípio e são tantas as virgulas, com pausas tão bem marcadas, que fico na ânsia para por um ponto final. Mas meu coração, o autor analfabeto deste romance, não me permite, de fato, fazer isso.  Cada vez que damos fim a uma linha, logo outra nova recomeça e eu já não sei se isso é bom ou ruim. Já fomos incoerentes com a proposta do tema por tantas vezes que eu não me lembro mais da nossa introdução. Você não entende minhas metáforas; quer sempre por os pingos nos is. Somos dois personagens perambulando em desenvolvimento, em busca de alguma conclusão. Nos afastamos e nos perdemos entre tantos narradores que insistem em nos criar conflitos. Nossa trama já tem drama demais e tudo que eu busco é um final feliz. Disserto errado sobre o amor e você me afronta com seus argumentos sem moral. Mas quando o próprio ambiente cria um clima, você cai sobre os meus braços e perdemos de vez a noção sobre o tempo e o espaço. Sem adeus, sem final, sem epílogo. No máximo, um até logo.


domingo, 12 de agosto de 2012

own faults

Expectativa é, definitivamente, a pior coisa do mundo. Pelo menos do meu mundo. E ele tem sido extremamente rude e rigoroso comigo. São tantos problemas, rolos, cobranças, medos. Ando mergulhada num oceano escuro, com tantos tubarões ao meu redor, que não tenho mais força nem fôlego para voltar a superfície. Sinto a tristeza invadindo meu ser a cada instante e não consigo fazer nada para evitar. Quando vejo longe uma chance de felicidade, atiro um pote de expectativa e antes mesmo que meu sonho vire realidade, paira sobre mim uma nuvem negra. A fumaça escura faz arder meus olhos e sem querer, permito que minha solidão escorra pelo meu rosto. Não sei ao certo o que está me deixando assim. Ao mesmo tempo em que é tudo, também não é nada. São as coisas que não foram ditas, os momentos que não aconteceram, as oportunidades que eu deixei escapar ou que agi que forma errada. Tô andando no caminho errado sem nem saber se existe mesmo um caminho certo. Só desejo desejar menos os meus desejos. Espero esperar menos das minhas esperanças e acredito que se eu acreditar menos no que eu ouço e mais no que eu vejo, as coisas serão diferentes pra mim. Ou não serão. Eu não sei mais o que pensar, eu não tenho mais sobre o que pensar. O vento soprou para longe minha inocência de menina e eu não sei se sou capaz de voar com ele por aí.
"you spend most time Trying to figure out Why you can never figure out just what you're trying to figure out? Spend more time livin.." Story Of A Men - Iorc, Tiago.

sábado, 4 de agosto de 2012

Potpourri

Eu só queria te dizer que esses dias eu senti saudade de você. Do teu cheiro, do teu sorriso, da maneira como você botava meu cabelo atrás da orelha antes de me beijar. Do caminho da sua casa até a minha. Do teu nome no meu telefone, vibrando de madrugada, me acordando assustada, só pra dizer que me amava. Até do boa tarde do seu porteiro. Dos dias que inventamos e marcávamos no calendário como dias especiais. Dias que se foram e que não voltam mais. Até do gosto do sorvete de pistache com menta e chocolate, que só você além de mim no mundo, achava a oitava maravilha. E a gente na rede, que de luz só tinha a lua. O mundo lá fora podia acabar quando quisesse, porque naquele momento, meu mundo era só você. Foram tantos segundos que pareceram dias e dias que se foram em segundos. Hoje eu senti saudade também daquilo que a gente não viveu. Dos lugares que não fomos, das fotos que não tiramos, dos filmes que não vimos. Dos abraços que ficaram encolhidos entre uma briga e outra. Senti saudade do que eu queria ter te dito, dos pedidos que eu não fiz, das promessas que não cumprimos. Daquilo que não foi dito, das discussões que o orgulho não permitiu. Saudade das minhas borboletas  de estimação, que o tempo raptou do meu estômago. Nós fomos tanto tudo tão rápido  e hoje nem se quer somos mais nada. Hoje eu senti saudade daquele amor que era para sempre.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Encontros e despedidas

Não é mesmo justa a forma com vem o fim da vida. Diversas são as maneiras que a morte tem de se manifestar. Uma doença, um acidente e mesmo a idade, já nos preparam para a única certeza que temos da vida. Mas quando ela, a Morte, faz valer sua vontade em um acontecimento repentino, sem avisos ou preparos, com certeza causa um choque ainda maior. Se acontece logo após maravilhosos momentos, repletos de alegria, emoções e felicidades, não há maneiras para  expressarmos o que sentimos. O susto, a saudade e o temor, inundam nossos corações e nos fazem refletir sobre o quão valioso é o Dom da vida. Por mais clichê que seja, a vida é muito curta e não podemos nos esquecer que em um piscar de olhos, tudo pode mudar. Então não deixe de mostrar seu sentimento, não deixe de viver, não deixe de ser feliz. Viva com todo o amor que você tiver em seu coração. A vida é como o vento. Ora tranquila como a brisa, ora assustadora como a ventania. E de acordo com o seu sabor muda nosso percurso, sem nos indagar.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Insanidade

Na penumbra do silêncio eu te espero
Te almejo e te desenho
Te acerto e te completo
Na esperança de que um dia
Me queiras como te quero.

Certos momentos do dia eu morro de ódio
Não te quero mais por perto.
Me decido e dou fim ao meu amor.
Mas vem a noite ao cair da saudade
Deixando minha certeza no inferno do incerto.

Se então soubesses dos meus segredos
Daquela vontade louca que guardo no meu peito
Do aperto que me dá toda vez que te vejo...
Maldita doce dor que me assola quando me deito.


Dá as minhas perguntas somente respostas com interrogação.
Que deixam-me mais confusa que minhas as próprias.


Somente é maior do que meu desejo por ti
O meu anseio por entender os teus sinais.
Ora mostra me querer também.
Ora some, não te sou mais ninguém.


Não sei ao certo se isso mesmo eu devia sentir
A sua loucura me faz mal de uma forma tão boa
De uma forma tão louca
Que me sinto louca por querer alguém tão louco assim.






segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Eu confesso que nem sempre tive a cabeça que tenho hoje. Já tive conceitos a que agora eu realmente abomino. Já julguei sem conhecer. É muito difícil você admitir que já esteve errado um dia, mas faz um bem enorme para alma, por a cabeça no lugar e aceitar as coisas como elas realmente são. Já fui muito preconceituosa com muitas coisas. Hoje eu sei aceitar que o ser humano é diferente, que cada um tem seus desejos, suas vontades, seus medos e suas limitações. Os padrões que a sociedade impõe são pura banalidade perto da grandeza da alma de cada um. Você não precisa ser homem para gostar de mulher, você não precisa ser negro para ser bandido. Hoje eu dou valor aquilo que as pessoa são por dentro, para a essência de cada um. Me prendo as coisas que posso aprender de bom com cada pessoa que esbarro no mundo. Mesmo que internamente, sem gritar isso ao mundo, sempre fui a favor da experimentação. Acho que a humanidade deveria experimentar de tudo um pouco, antes de falar aquilo que não sabe. Bebidas, roupas, comidas, religiões, sexualidade, e tudo mais que houver algum tipo de opção. O preconceito vem de onde não se conhece o outro lado da moeda. Hoje, tendo ao meu lado as pessoas que tenho, aprendi que você não é um alguém pior no mundo por ter gostos diferentes do que o mundo afora chama de "normal". Muito pelo contrário, hoje eu vejo quem consegue assumir seus desejos como alguém num patamar acima daqueles que ainda julgam os outros. O meu respeito e admiração vão para aqueles que tem a coragem de viver suas vidas de acordo com aquilo que lhes fazem bem, mas o bem verdadeiro, aquele bem que você reconhece de longe,  pelo brilho do olhar da pessoa. Não vejo mais meu pensamento como um ato de rebeldia, mas sim, como uma maneira menos cega e censurada pela sociedade de ver o mundo. Se você não experimentar e provar tudo que tem vontade enquanto estiver vivo, quando é que saberá quem você realmente é? Quando é que terá certeza daquilo que você realmente gosta? Meu sincero obrigada a todos (até mais à aqueles que não o fizeram diretamente) que me deram forças para que hoje eu consiga pensar desse jeito e eu realmente espero que as pessoas abram suas mentes e vejam que aquilo que você expõe ao mundo não é um milésimo daquilo que você é capaz de emitir de verdade.
Fica aí uma música que um amigo muito especial me mandou e acho que expressa melhor do que as minhas palavras, tudo aquilo que eu queria dizer ao mundo agora.
http://www.youtube.com/watch?v=VmZCfDkrKJg

Cegueira

Descobri que fiquei cega por você.  Não que eu tenha deixado de enxergar o mundo ou até a mim mesma. Não que eu tenha deixado de ver todo o resto da vida por sua causa. Mas minha cegueira se explica pela forma como eu gosto de você. Não me preocupo com a sua beleza, com a sua forma física. Vejo teu sorriso e tua felicidade através do teu abraço, da tua voz, da tua forma de se expressar. Quando digo que estou cega por você me refiro ao fato daqueles que não enxergam, terem seus outros sentidos mais aguçados, assim como acontece comigo quando estou com você. Seu toque é diferente, me acende de tal forma, que eu não preciso dos meus olhos para seguir em frente. Você sabe exatamente como me levar. O seu hálito tem um sabor especial, que nunca provei antes. É quente e arde. E ao passo que me queima, me assopra com delicadeza.
Teu cheiro eu sinto longe, um aroma que é só seu, e com ele eu sei exatamente o que está por vir. Quando o ouço chamando meu nome, meu corpo logo estremece por inteiro e parte nenhuma minha deixa de atender os seu pedido. Fico atônita, mas sei tudo que devo fazer, tua pele me dá toda a paz e tranquilidade que eu preciso. Deixo de lado a visão, porque acredito que a magia de nós dois não está no espaço do olhar, mas sim no toque, no beijo, na voz e no cheiro.
 

domingo, 15 de janeiro de 2012

E a gente já brincou de namoradinhos por tanto tempo, já passamos por momentos incríveis juntos, já fizemos juras de amor. Juras tão eternas quanto a validade daquele bolo de chocolate que você gostava tanto. E aquelas músicas, no início, que cantavam o nosso amor? Delas eu quase já nem me lembro mais. Já fingimos sermos um  o amor da vida do outro. São tantos "jás" na nossa vida juntos, que acho que aqui é que jaz o nosso amor.