sábado, 24 de novembro de 2012

Talvez? Talvez..

É engraçado como quem eu menos espero, é quem mais me surpreende. E justamente nos momentos em que eu menos espero, também. As vezes, eu tô tão imersa numa situação, que até esqueço de olhar em volta. Eu tenho uma mania péssima de querer achar razão pra tudo, querer por começo ou final onde não tem, e não percebo que a felicidade está ali, do lado. Fico presa nos meus pensamentos, buscando explicações vazias para sentimentos que eu nem sei se tenho mesmo. E nessa, deixo de olhar pra frente e enxergar de fato o que me faz bem. Mas sem querer, em cinco segundos, aquele redemoinho de motivos que rondavam a minha cabeça voaram pra longe. E eu não consegui olhar ou entender mais nada. Não era a primeira vez e muito menos será a última, mas o momento, com certeza, foi único. Ali, diante daquela situação, fiquei vidrada, perplexa como há muito tempo eu não ficava. Um sorriso lindo e um par de olhos tão brilhantes interromperam totalmente meus pensamentos. Uma combinação perfeita, senão fosse intrigante. A verdade da vida é que a gente nunca sabe a verdade sobre tudo, ou todo mundo. E é quando a gente tá de bobeira, totalmente desprendido dos problemas que se depara com essas coisas e entende que nem todo mundo deixa claro o que é, ou o que gosta, o tempo inteiro. Eu não sei o que é que eu senti na hora, nem se foi fantasia ou realidade, muito menos se foi sério ou brincadeira. Só o que eu sei é que foi bom. Muito bom. Bom demais. Deu até pra espantar alguns fantasmas da minha cabeça, algumass teorias conspiratórias e esclarecer muita coisa, mas continuo intrigada. Mesmo com toda essa "certeza", ainda tenho tantas perguntas pra fazer. Mas nada será dito hoje, amanhã ou semana que vem. Talvez eu nunca diga.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Saudade é mais ou menos isso

Está aí a tal da saudade.
Uma entre as dez mil coisas
Que eu mais gosto de sentir.
Aquela boa a cosquinha que dá
No canto da boca que se abre
Num sorriso bobo só de lembrar
Mas é que a vida muda e muda a gente
Muda o mundo e muda o que a gente sente.
E sentir saudade faz mal pro coração.
Deixa a gente voando.
Deixa a gente sem pé no chão.
Saudade  tem sabor de sexta-feira
Tem gosto de final de tarde.
Saudade é aperto no peito misturado com vontade
De viver de novo o que já viveu.
Faz a gente perder a noção das coisas
Arranjar qualquer pretexto pra falar
Ela não marca hora pra bater
Chega sem avisar
Pode ser de dia pra brilhar mais que sol
Ou a noite, como concorrente da lua.
Pode ser dormindo pra atrapalhar o sono da gente
E fazer sonhar acordada.
Ou acordada, pra fazer a gente dormir e sonhar.
Toma espaço sem pedir licença .
A saudade diz pra gente tudo que cabeça não quer dizer.


terça-feira, 6 de novembro de 2012

Em círculos

Unhas na madeira martelam um por um, os milésimos de segundo. A tristeza da alma que desce pelos olhos, devido ao excesso de pensamentos. Não foi a primeira, nem a segunda. Do outro lado da fechadura, um mundo de velhas novidades.  Quem sabe num outro dia ou numa outra semana. Quem sabe até numa outra vida. O silêncio, não mais cumpre sua função. Ao invés de calar e acalmar os sentimentos, deixa no ar o tom das palavras, que mesmo não ditas, torturam as almas e corações.  Em que momento a calmaria se desfez? Razões como a palma da mão, novos pontos de vista, e de novo na garganta, um nó amargo. Dois estranhos com um passado remoto em comum. Restos de sonhos espalhados pelo chão. Um quebra cabeça desfeito pelo tempo, peças que não se encaixam mais. Hora de não olhar mais pra trás só desejar lábios que não mintam mais. Um coração remendado é bonito apenas por fora, porque por dentro lateja dia e noite, sem cessar. Passos em círculos todos esses anos. Idas e vindas, voltas que deram sempre no mesmo lugar. E a chuva próxima vai lavar todo o resto da saudade que  ficar. Todo começo é descendente de um fim. As paredes vão guardar as lembranças.



segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O que eu sei sobre felicidade

Felicidade é uma delícia. É achar dia nublado bonito, é não reclamar do café frio, cantarolar músicas de amor sem sentir dor. É ter qualquer texto como pretexto pra falar, querer procurar sem ao menos ter o que dizer.  É bater o dedinho no sofá e não gritar, ouvir música e lembrar de alguém. Felicidade é quando a gente não sabe bem o que sente, mas sabe que se sente bem. Dormir tarde sem motivo e acordar de bom humor.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Fico muito feliz quando meus amigos se interessam por poesia, quando se dão a liberdade de ler e escrever, por conta disso, resolvi postar uns textos de umas pessoas que são muito importantes pra mim, além de serem muito boas no que fazem. As poesias de hoje são de Caio Linhares,  17 anos. LM

Ela

Uma menina no quarto
Percebe que ali não era seu lugar
Seu sonho era diferente
Queria amar , dançar , casar
Um dia encarou a verdade
Nada iria mudar
O tempo passou
As cantigas que agora cantava
Antes ouvia
Estava longe de onde queria
Sua pele traz as lembranças que nunca sonhou
Naquele quarto onde o fim começou
               Caio Linhares

Somnium
E vou voando com a brisa no ar
E vou voando acima do imenso mar
E vou voando de volta pra casa
E voando, volto a sonhar
         Caio Linhares