terça-feira, 6 de novembro de 2012

Em círculos

Unhas na madeira martelam um por um, os milésimos de segundo. A tristeza da alma que desce pelos olhos, devido ao excesso de pensamentos. Não foi a primeira, nem a segunda. Do outro lado da fechadura, um mundo de velhas novidades.  Quem sabe num outro dia ou numa outra semana. Quem sabe até numa outra vida. O silêncio, não mais cumpre sua função. Ao invés de calar e acalmar os sentimentos, deixa no ar o tom das palavras, que mesmo não ditas, torturam as almas e corações.  Em que momento a calmaria se desfez? Razões como a palma da mão, novos pontos de vista, e de novo na garganta, um nó amargo. Dois estranhos com um passado remoto em comum. Restos de sonhos espalhados pelo chão. Um quebra cabeça desfeito pelo tempo, peças que não se encaixam mais. Hora de não olhar mais pra trás só desejar lábios que não mintam mais. Um coração remendado é bonito apenas por fora, porque por dentro lateja dia e noite, sem cessar. Passos em círculos todos esses anos. Idas e vindas, voltas que deram sempre no mesmo lugar. E a chuva próxima vai lavar todo o resto da saudade que  ficar. Todo começo é descendente de um fim. As paredes vão guardar as lembranças.



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