sábado, 29 de setembro de 2012

De longe

Como eu fui deixar isso acontecer?
Como foi acontecer sem eu perceber?
Justo eu que sempre estive em paz com a solidão.
Justo eu que sempre neguei o amor e todas as coisas que ele traz.
Não entendo o que é isso.
Um misto de calor com saudade, um frio na barriga com vontade,
desejo e medo, uma loucura muito estranha.
Estranha e diferente de tudo que eu já senti.
Não é paixão, porque paixão arde, é urgente, não se aguenta.
Também não é amor; porque amor leva tempo e dói.
É um desejo de te querer a todo momento,
Mas tenho a calma de esperar o momento certo,
Talvez por precaução ou timidez
Ou só nervoso por ter você por perto.
Não sei as suas caras e nem conheço seus defeitos
Mas para que preciso disso se já me basta o teu sorriso?
De longe suas palavras me soam como uma perfeita sinfonia
Me prendem a você como uma valsa
Com todo ritmo e sintonia

Não te vejo mas te sonho.
Não te encontro mas te espero.
Não sei ao certo o quanto isso é certo,
Mas incerto mesmo é o fim dessa história.

Waking Up - Olin And The Moon

http://letras.mus.br/olin-and-the-moon/waking-up/traducao.html

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Geração Noventa e Pouco

       Ao contrário da adolescência e juventude da maioria dos nossos pais, nós não temos uma geração memorável como a deles. A época da boa música, dos bailes inundados de alegria e diversão. Nascemos numa fase de transição entre o ótimo e o lixo, no auge da tecnologia. Uma era em que  ser famoso não requer esforço, talento e nem merecimento. Basta uma câmera e conexão com a Internet.  Nós, os filhos dos anos noventa, nascemos sem o gene da noção e consciência, os  poucos e felizes são os que, por mutações, ainda o tem. Achamos graça de qualquer besteira, vendemos nosso pensamento por tão pouco, substituímos coisas boas por qualquer coisa,  engolimos a seco o que a mídia nos impõe e achamos normal o estado de alienação em que estamos. E o pior: temos o dom do conformismo. Somos incapazes de fazer algo para mudar isso.
       
         O que mudou da época em que pais amarravam os filhos rebeldes aos pés da cama foi apenas a forma  de se  amarrar e ser amarrado. Hoje não precisamos que eles façam isso com cordas e lençóis. Nós mesmos nos prendemos a elas, com os cabos e fios de nossas tecnologias e nos rendemos ao ridículo. Somos reizinhos e rainhas, que reclamamos de barriga cheia sobre as "injustiças" à que somos submetidos. Por um lado, falamos mal das cotas, temos autopiedade por estamos sendo "prejudicados" mas não pensamos nos que não tem a nossa condição e que serão favorecidos por elas e terão a chance de melhorar de vida. Entretanto, já que há tanta discórdia sobre o assunto, o mínimo que deveríamos fazer, já que pensamos assim, era irmos às ruas reivindicar. Mas dá trabalho e cansa. Melhor deixar pra lá. Reclamamos do atual governo mas votamos exatamente nos mesmos candidatos. Elegemos as mesmas antas por serem apenas o que conhecemos. Não entendemos nada de política, achamos legal rir do horário eleitoral, não exercemos nossa militância e muito menos nos interessamos por isso. Somos reféns da nossa própria ignorância. Preferimos ficar embaixo do nosso teto de vidro, jogando pedra no telhado dos outros.
        
         A modernidade é essencial ao homem, isso não se pode negar. A transição da arte veio com o tempo e qualquer forma de expressão deve ser considerada. Porém, critérios hão de existir. Critérios esses que nossa geração faz questão de ignorar e aplaudimos qualquer porcaria que nos é imposta. A música brasileira de hoje não tem mais o mesmo valor. o Brasil não fabrica mais pintores, escritores e poetas, artistas em geral, como em séculos passados. Ser bom ator hoje, é estar na Globo. Boa música é aquela que gruda no ouvido da nação com um refrão sem sentido e melodia barata. Quadros belos são as fotos "photoshopadas" das revistas da moda.. Nossas festas só são divertidas se forem regadas à alcool e drogas. Nossa mente é tão limitada que pensamos estar nos divertido apenas se estivemos chapados.  A minha geração é omissa com os seus deveres e indisposta  com os seus direitos. É uma geração virtual, produto dos meios de comunicação, submissa das redes sociais, viciada em porcarias. 
É preciso resgatar o espírito dos velhos tempos, a alegria de viver apenas por se estar vivo. Do que adianta toda essa riqueza se não sabemos dividí-la? Se não temos com quem compartilhá-la? O fim do mundo não virá com terremotos nem tsunamis ou chuvas terríveis, o isolamento e esquecimento do mundo real é o pior fim que a humanidade pode ter.


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Descuidos seus

Corra pra janela e vá lá ver
A lua que mandei pelos astros pra você
Boia no céu enorme e  solitária
Como as seis cartas sem resposta
Como os lenços espalhados pelo chão
Como os cacos de amor que sobraram do meu coração
E  mais importante que tudo: como marca em mim que você deixou
Marca hoje que me dá saudade
Se não pensavas em ficar pra sempre
Pra que fincou em mim teu cheiro feito tatuagem?
As lembranças vem com a Lua
a noite pra me perturbar
perguntam pra mim onde você está
E eu que te decorei por inteiro
Deixo as lágrimas dizerem que tudo que tenho seu
é a saudade, a lembrança da imagem e o cheiro



domingo, 16 de setembro de 2012

Pela estrada

Pior que você decepcionar quem está em volta, é você se decepcionar consigo mesmo. Muitas vezes as pessoas esperam muito de você sem saber se você é capaz ou não. Mas quando é interior, é muito pior. Você sabe o quanto você lutou, o quanto você fez por tal coisa, o quanto você se deu e no fim dos contas, você fracassa. O gosto amargo do fracasso, esse que está na minha boca agora e que vai permanecer por ainda muito mais tempo. Dias, semanas, meses, anos, décadas. Você sabe que jamais vai se perdoar. Jamais será a mesma coisa. Quando pensar no assunto, saberá que nunca obteve êxito, seu destino foi o fracasso. Eu não sei definir o misto de sensações que perturba minha cabeça nesse momento, num segundo sinto raiva por ter falhado, noutro, ódio por não ter me dado mais, mas nunca pena. Nunca fui digna de pena e nem nunca serei. Pena é pra quem não tem um braço, uma perna, um pai ou mãe. Aliado à estas emoções, bate no meu peito uma coração ainda, mesmo com tudo, confiante. A batalha não acabou. Só se foi a primeira guerra. A primeira de muitas. Não foi tida como a principal, faltou-me preparo, dedicação e estratégias para vencê-la à tempo. Talvez tenha decido tarde lutar por ela. Mas outras virão. Sei que virão e essas sim, eu vou derrotar. Nunca mais sabor do fracasso. Os sonhos só são feitos de ilusão pra quem se perde na primeira derrota e não quer sentir o gosto da realidade num final vitorioso. Nunca sabemos qual será o final das coisas, mas podemos trilhar o caminho e direcioná-las para onde quisermos. Enquanto meu fim não chega, vou lutar para trilhá-lho para o meu sucesso.

Life is a Highway - Rascal Flatts (Vídeo: Banda cover, by Tom Cochrane)