Cada vez que se sobe no palco é como se o mundo que existe lá fora se apagasse por alguns instantes e tudo que restasse fosse apenas aquilo, aquela realidade e nada mais.
Os ensaios, em sua profunda essência, nada mais são que a gravidez de um personagem, e a estreia da peça, seu nascimento. Engravidar de um personagem e dar vida à ele é tão bonito quanto à maternidade, porque você adquire características dele e permite que suas sejam repassadas a diante. E como a única certeza de que se tem da vida é a morte, o nascimento de um personagem não teria outra saída. O ser humano tem a péssima mania de achar que a morte é sempre triste. E é aí que entra a arte, para mostrar que a morte de um personagem é a ação mais bonita que um ator pode ter.
Deixar este morrer é a prova viva de que o dever foi cumprido, pois a morte só se dá a cada vez que a gente se doa de corpo e alma, quando a gente deixa de viver a própria vida para viver um mundo novo, para ser outra pessoa. Não devemos ficar tristes quando ouvimos os aplausos finais, quando as cortinas se fecham e se dá por encerrada mais uma apresentação. Pelo contrário! São nesses momentos que devemos estar mais alegres, demos vida á vida da arte e fizemos com que cada pessoa que esteve ali presente, pudesse fazer parte daquele mundo novo e levar para casa uma promessa de transformação, porque de nada adianta fazer arte se não se quiser transformar o mundo.
Lú,que texto mais lindo.Talvez,ele seja a coisa mais viável de explicar para alguém de fora dessa coisa toda o que é essa coisa toda.
ResponderExcluirLú,que texto mais lindo.Talvez,ele seja a coisa mais viável de explicar a alguém de fora dessa coisa toda o que é essa coisa toda.
ResponderExcluirLú,que texto mais lindo.Talvez,ele seja q coisa mais viável de explicar a alguém de fora dessa coisa toda o que é essa coisa toda.
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