terça-feira, 4 de junho de 2013

Acabou o teatrinho, Bia.

          Fazer uma peça de teatro é se deixar morrer um pouco a cada apresentação. 
E mergulhar num personagem é deixar seu corpo modelar a forma e espírito dele.
Cada vez que se sobe no palco é  como se o mundo que existe lá fora se apagasse por alguns instantes e tudo que restasse fosse apenas aquilo, aquela realidade e nada mais. 
        Os ensaios, em sua profunda essência, nada mais são que a gravidez de um personagem, e  a estreia da peça, seu nascimento. Engravidar de um personagem e dar vida à ele é tão bonito quanto à maternidade, porque você adquire características dele e permite que suas sejam repassadas a diante. E como a única certeza de que se tem da vida é a morte, o nascimento de um personagem não teria outra saída. O ser humano tem a péssima mania de achar que a morte é sempre triste. E é aí que entra a arte, para mostrar que a morte de um personagem é a ação mais bonita que um ator pode ter.
     Deixar este morrer é a prova viva de que o dever foi cumprido, pois a morte só se dá a cada vez que a gente se doa de corpo e alma, quando a gente deixa de viver a própria vida para viver um mundo novo, para ser outra pessoa.  Não devemos ficar tristes quando ouvimos os aplausos finais, quando as cortinas se fecham e se dá por encerrada mais uma apresentação. Pelo contrário! São nesses momentos que devemos estar mais alegres, demos  vida á vida da arte e fizemos com que cada pessoa que esteve ali presente, pudesse fazer parte daquele mundo novo e levar para casa uma promessa de transformação, porque de nada adianta fazer arte se não se quiser transformar o mundo. 


3 comentários:

  1. Lú,que texto mais lindo.Talvez,ele seja a coisa mais viável de explicar para alguém de fora dessa coisa toda o que é essa coisa toda.

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  2. Lú,que texto mais lindo.Talvez,ele seja a coisa mais viável de explicar a alguém de fora dessa coisa toda o que é essa coisa toda.

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  3. Lú,que texto mais lindo.Talvez,ele seja q coisa mais viável de explicar a alguém de fora dessa coisa toda o que é essa coisa toda.

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