sexta-feira, 28 de junho de 2013

O barco, a espuma e o prédio.

Se a vida fosse um barco, hoje eu estaria lá na proa.
Se fosse espuma, hoje eu estaria ao vento.
Se fosse um Burj Khalifa, hoje eu estaria na janela do centésimo sexagésimo terceiro andar.
Pronta pra mergulhar. Pronta pra voar. Pronta pra me jogar.
Hoje o espelho da minha vida reflete o que eu não poderia imaginar.
É tudo, é nada, é tudo e nada ao mesmo tempo.
Entrada e saída, pergunta e resposta, medo e coragem, amor e ódio.
Não posso viver do tempo, não quero ficar no ócio.
Veja bem, meu bem. Pense com um olhar igual ao meu.
Por que é que tudo se perdeu?
O barco afundou, a espuma se desfez, o prédio caiu.
Agora são só lembranças, que o tempo também vai levar.
O coração é o mar, e lá no fundo tem partes  do barco que não vão se desfazer.
A alma é o ar, que guarda o cheiro da espuma que voou.
E a gente, nós dois, o prédio que desmoronou.
Era tão alto, tão bonito, tão cheio de detalhes.
E hoje é só escombro. Poeira, sujeira e tristeza do que ficou.
Assim será melhor, meu bem.

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