terça-feira, 15 de março de 2011

A pele exalava cheiro de amor, nos lábios um sorriso tranquilo. Os olhos caminhavam sempre abertos, atentos para cada movimento do outro. A altura, maior que a dela, lhe fazia sombra. Porém, este parecia ser seu tamanho exato. Cabia direitinho no espaço de seus ombros. Ele parecia mesmo feito para ela.
A chuva os cobria lentamente e cada beijo os fazia mais íntimos. Não ligavam para as poças de água enquanto seguiam de volta o caminho de casa. O beijo de despedida, foi simples e bonito. Embora o dia seguinte não mais fosse uma incerteza, seguiram para suas casas ainda se entreolhando, como se fosse a última vez em que se veriam. Assim os dias seguiram.
A semana passava lentamente, o ar tinha um doce perfume de flor e o silêncio tranquilizava como uma música lenta. As mãos ficavam trêmulas ao simples fato o sentir por perto. No canto de seus lábios, ele sussurrava entre os dentes, o quanto a desejava.
E assim, o tempo passou. Aos poucos, os carinhos se espaçaram. O brilho no caminhar se apagou devagar. O dia ensolarado deu lugar a noite fria. O aroma agora, possuía um pesado cheiro de cinzas. Fazia arder os olhos num choro intenso ao descobrir, que não fora só o tempo que passara. Com ele, o amor também.

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